jueves, 27 de marzo de 2008

Passa boi, passa boiada


Todos os dias, ao abrir o jornal ou me conectar à Internet vejo as mesmas notícias; todos os dias, ao fazer o percurso entre minha casa e a faculdade percebo que a cada dia essa viagem demora mais; a cada dia percebo que há mais carros nas ruas. Mais carros e pessoas nas ruas.

Todas as manhãs meu ônibus já parte de seu ponto final lotado: são crianças, idosos, mulheres, homens.. todos rumo ao mesmo destino - ou a caminhos paralelos. Porém, todos sentados. Apenas um ou outro está de pé.

A cada parada entram mais e mais pessoas. O veículo, de lotado, passa para apinhado. Cada centímetro do local é aproveitado. Pessoas que nunca se viram se tocam, involuntariamente. Ali, "espremida" como estas pessoas, e de rosto virado para a janela, divago..

Observando o dia-a-dia percebo que as pessoas são tratadas como os bois, que em outras épocas eram transportados em caminhões ou vagões de trem, espremidos uns contra os outros em pequenos espaços.

Ao chegar a seu destino, e diante de uma porta aberta, os bois saem todos juntos, ignorando tudo o que esteja à sua frente, motivados, quem sabe, pelo desejo de liberdade. Como as pessoas, em ônibus, trens e vagões do metrô em horários de pico.

Antes de chegar a meu destino volto à realidade. Ônibus lotado, trânsito, pouco espaço para se locomover. Situações constrangedoramente comuns no dia-a-dia do paulistano...

1 Comment:

  1. Bianca Hayashi said...
    Como diria o poeta, a gente se acostuma a tudo!

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