dois lados da moeda

Hoje lendo um post no blog de um amiga, Lívia, comecei a refletir. Refletir sobre minha vida, passada..Passada diante do computador.

Enquanto refletia comecei a me lembrar da época em que era uma pessoa desvirtualizada. Da época em que computador era algo distante e Internet era um "bicho de sete cabeças". Como parte da geração anos oitenta, cresci longe do computador. Em minha infância nem existia computador....

Crianças como eu pensavam em jogar bola, brincar de boneca.. O mais próximo que passei do mundo virtual foi jogar Atari algumas vezes com meus primos na casa da minha avó.
E minha adolescência seguiu pelo mesmo caminho - longe do virtual. Sem computador em casa não me sentia contagiada pela "febre dos chats". Não via graça em conversar horas e horas com pessoas que não estava vendo. Que estavam distantes fisicamente de mim ou que sequer conhecia.

Pensava que, para haver amizade deveria haver, antes de tudo, proximidade física.
Mas os anos passaram. E com eles passou minha "fobia ao virtual".

Hoje me vejo aqui, diante de um computador, escrevendo sobre minhas memórias e falando com pessoas que conheço, mas que estão temporariamente fisicamente longe de mim. Hoje me vejo conhecendo muito mais sobre alguém durante uma conversa virtual do que quando estou próxima fisicamente a este alguém.

Hoje também me vejo presa. Presa e fascinada por esse mundo virtual. Um mundo que eu temia, mas que ao conhecer passei a admirar. Um mundo do qual, por muitas razões, talvez não conseguiria mais me ver afastada..