lunes, 27 de julio de 2009
Ela se senta diante do computador. A tela, branca, parece ainda maior que o normal, e o cursor, intimidador, pisca diante de seus olhos, como a intimá-la a escrever ali algo que falha a pena ser lido, que a faça pensar, sentir orgulho de si mesma.
Os minutos passam, ideias circulam em sua cabeça, feito uma revoada de pássaros ao entardecer. O entardecer que ela contempla todos os dias em busca da inspiração há muito perdida. Homens na Lua, epidemias, sinuca... Tanto a dizer, mas como dizer?
Bloquinho em mãos, talvez a saída seja abandonar um pouco o virtual e entregar-se ao analógico. Desde que aderiu à leitura virtual não sentiu mais o cheiro de um livro em suas mãos. Há meses que ela não ouve o som do folhear descompromissado das páginas de sua obra favorita. Há muito tempo, também, que ela adquiriu um péssimo hábito: abandonar a leitura de um livro antes de chegar a seu desfecho. Sinal dos tempos - tempos de pressa, mil ideias na cabeça e nenhum livro em mãos - apenas fragmentos de ideias. Como esse texto, fruto de uma súbita falta de inspiração.
Talvez seja hora da jovem que vos escreve entregar-se de vez à leitura e fazer daqueles mundos o seu mundo.
Etiquetas: sentimentalismos
Sair da internet faz beeeeeeem =)