martes, 22 de abril de 2008

Rock by baby


Quando crianças, meninas acalentam bonecas, sonhando com o dia em que terão filhos. Quando se tornam adolescentes, estas mesmas meninas torcem o nariz para as bonecas, consideradas "coisa de criança". Adolescentes são como adultos, é o que pensam estas garotas. E adultos não brincam com bonecas. Nem todas..

Muitas vezes, no auge de sua adolescência e "com toda a vida pela frente", a boneca de pano tranforma-se em uma boneca de carne e osso, e com essa transfiguração vem inúmeras responsabilidades. Saem os passeios ao shopping e o cinema com as amigas e entram os choros, as trocas de fraldas e as mamadeiras.

Quando era adolescente algumas vezes pensei em ser mãe. Em minha ingenuidade juvenil, pensava que, se tivesse um filho, conseguiria manter a meu lado o garoto que "amava" e assim seria "feliz para sempre", como nas novelas mexicanas que tanto adoro. Em minha ingenuidade também construía inúmeras vezes a família perfeita: pai, mãe e três lindos filhos, passeando pelo parque em uma tarde de outono..

Hoje, já adulta, essa idéia (ser mãe), volta à minha mente de tempos em tempos. E de tempos em tempos me faço a mesma pergunta: Terei o dom para a maternidade?

Entretanto, a resposta para isso ainda não sei, e honestamente, não me considero preparada para descobrir ainda, pois em minha ingenuidade infantil penso que ser mãe é muito mais que gerar um filho: é ter maturidade para educá-lo e para mostrar os caminhos que ele deve seguir. Ensiná-lo a viver a vida sem medo e superar os desafios com confiança, como minha mãe vêm há tanto tempo me ensinando a fazer..

5 Comments:

  1. Anónimo said...
    Eu estava conversando sobre isso com uma amiga. Eu não tenho o menor dom para ser mãe. Sou egoísta demais e desligada demais. Do tipo que vai dormir e não acorda de jeito algum.
    E o fator principal: nunca tive vontade de ter um filho. Não tenho despreendimento o suficiente para educar uma criança da maneira como acho que deva ser.

    Deixo os filhos para quem quiser ter. Esse mundo tá povoado demais.

    Outra... há teorias que dizem que as pessoas que têm filhos são mais egoístas do que as que não têm. Pois querem algo para chamar de seu, apenas seu. Interessante...
    Lívia Lima said...
    Concordo em certa medida com a Bianca....eu gosto muito de crianças e muitos dizem que eu levo jeito, acho que ser mãe deve ser incrível, mas acredito que se um dia eu vier a ter um filho, eu quero pensar mais nele do que na minha própria experiência, ou na expectativa que as pessoas criam em torno disso (sim porque apesar de terem queimado os sutiãs, há ainda uma cobrança social para que as mulheres exerçam suas funções reprodutoras...rsrs).
    Se acaso eu não "transmitir o legado de nossa miséria" rsrss, como diria Machado de Assis, pelo menos agora eu tenho uma afilhada, minha prima Julia...
    Talita Souza Silveira said...
    Eu acho q muito mais que sociedade é o instinto que fala mais alto na hora de ser mãe...Veja a Ci, não foi a sociedade que disse "não trabalhe", ela sentiu falta da cria, ela sentiu necessidade de cuidar e ver a filha dela crescer...
    A gente tem que parar de jogar a culpa de td na sociedade e entender que algumas coisas são instinto, ainda somos animais, se não fossemos, não haveriam mulheres matando filhos de outras para marcar seu território...
    Bibi, que ninguém te obrigue a ter filhos sem a sua vontade (aí entra a sociedade)...
    Lívia, parabéns pela afilhada!!!!
    Meu sonho é ser mãe, ter uma criança linda pra chamar de minha, e rir das gracinhas, acompanhar cada passo, filmar 10 minutos tomando danoninho, passar a noite acordada, e muito mais...se amor demais é ser egoísta, quero ser então...
    Cibele Lima said...
    Não poderia ficar de fora...rs!!
    "Ensiná-lo a viver a vida sem medo e superar os desafios com confiança"... Essa com certeza é a mais difícil das tarefas. Principalmente porque ela é impossível!!
    Impossível, em primeiro lugar, porque nem mesmo nós (mães) deixamos de sentri medo.E nem temos confiança em todo momento!
    Em segundo lugar, porque depois que as assas crescem, fica difícil "segurar o mundo", como tento fazer diariamente para que minha filha não sofra antes da hora!
    Ser mãe não é pra toda mulher. Isso é fato. Respeito religiosamente quem acredita não ser "capaz", ou não ter vontade de ser.
    Mas é possível ser mãe. Digo isso porque eu não queria ter um filho, não achava justo trazê-lo a um mundo com tantas mazelas. Desde as primeiras vacinas decretamos que nascemos para morrer, e que se fazemos (vacinas) é por amor.
    A mulher que tem em seu ventre "alguem pra chamar de seu", sabe que a força de mãe cresce junto com o feto.
    Mesmo antes da "minha" Anita nascer eu a desejava. Saber que ela estava dentro de mim fazia acreditar em um mundo melhor, ainda que ele não fosse e nem venha a ser.
    Quando nos tornamos mães olhamos o mundo com mais esperança.
    Se tivéssemos mais mães de coração, daquelas que se doam de corpo e alma pelo que é "seu", teríamos um mundo mais humano, com mais pessoas cheias de esperanças hereditárias.
    Lívia Lima said...
    Ai que lindo Ci........

    Mas não se esqueça que infelizmente não são todas as mães que têm esta consciência que você tem....

    O caso Nardoni (apesar de não aguentarmos mais ele) nos faz pensar no outro lado tbm....porque não se trata da maternidade em si, e sim, em ter um filho, e isso vale pros pais tbm né....

    Sem falar naquelas mulheres que tem um filho atrás do outro sem responsabilidade e tudo o mais, mas aí já é outra discussão...

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