De todas as instituições de nossa sociedade, a família é a única que nos é imposta antes mesmo de nascermos. Ninguém pergunta ao feto se ele gostaria de fazer parte da família A, B ou C. Ele apenas nasce, conhece e, raro salvas exceções, participa da família em que vive.
A vida familiar, mais que a social, é extremamente difícil. São pessoas com idades diferentes, crenças diferentes e visões de mundo diferentes dividindo o mesmo teto diariamente. Não é raro que ocorram desentendimentos. Afinal, qual é a família onde não existem brigas?
Na minha família, como em qualquer outra, também é assim. De certa forma, somos uma família difícil. Gênios intempestuosos e egos maiores ainda freqüentemente se "batem de frente" e aí as discussões sempre ocorrem. Choramos, xingamos, dizemos coisas que sempre magoam aos outros, mas relevamos.
Apesar de todo esse cenário nunca cogitamos a partida de um dos membros de nossa família. Para mim, por exemplo, a morte é algo que acontece com os outros. Evito encaixá-la em minha realidade. Sei que vai acontecer um dia, ao mesmo tempo em que desejo que esse dia nunca chegue.
E essa semana fui confrontada de frente com essa possiblidade. Saber que seu pai, aquela pessoa que você desde criança considera invulnerável é humano choca muito mais que qualquer outra coisa. Mas o que choca ainda mais é perceber que essa partida poderia ter ocorrido na rua, em meio a estranhos. Rápida, sem tempo para despedidas nem arrependimentos. Intermediada apenas pelos olhares de curiosos ou pela voz nervosa de uma socorrista do SAMU.
Refletindo sobre isso hoje, durante a volta para casa e já refeita do susto cheguei á seguinte conclusão: a vida é efêmera. Pessoas entram e saem de nossas vidas e da própria vida em questão de segundos. Portanto não deveríamos desperdiçar nosso tempo guardando mágoas, rememorando brigas ou imaginando reconciliações.
Tudo o que tem para ser dito deve ser dito. Espero que um dia eu seja capaz de fazer o que digo, pois essa semana tive medo de perder um elo importante da minha família sem ter tido sequer a chance de me despedir ou de dizer o quão importante para mim ele é...
E geralmente não estamos preparados para o que pode vir...
Mas fico feliz por ver que você está bem (e o seu pai também o/)
Ve se fala menina!!!
Adoro esse blog, mesmo que eu comente pouco...hehe
beijos
Espero que esteja td bem...
bjs