Segundo o dicionário Aurélio, ser medíocre é ser nem bom, nem mau. É ser mediano. Nestes quase três anos de faculdade já ouvi esse termo sendo usado para definir estudantes, mas nunca tinha pensado neste adjetivo como sinônimo do jornalismo que produzimos diariamente. É, sempre tem uma primeira vez... E a minha primeira vez foi hoje.
Confesso que a sensação que tive ao ouvir algo do tipo foi ruim. Ruim pois me senti medíocre, e de certa forma incapaz de despertar um espírito mais crítico em meu leitor, que espera de mim, jornalista, um texto ágil, de linguagem simplificada e fácil compreensão.
Afinal, ninguém quer abrir o jornal pela manhã e, para entender o que está acontecendo em sua cidade, ter de recorrer ao dicionário para decifrar o idioma falado por aquela publicação.
Como filha dessa "cultura de massas" que absorveu minha geração prefiro as coisas simples, talvez até mastigadas e prontas a ser digeridas. Discursos rebuscados, recheados de palavras incompreensíveis e analogias complexas me afastam por completo. Notícias claras, objetivas e que saciem completamente minha fome de informação já me bastam, me alimentam. Para que complicar a linguagem se podemos simplificar?
Para mim, a leitura de um texto mais simples, mais direto é uma opção. Leio porque gosto. Mas quantos não possuem a mesma capacidade interpretativa que eu? Quantas pessoas, ao se depararem com uma análise mais crítica sobre a guerra do iraque por exemplo, simplesmente viram a página do jornal ou desligam a TV, por não compreender o que está sendo veiculado?
Considerar a todos nós, jornalistas e consumidores de notícias como medíocres é de certa forma pedante. Vivemos em um país em desenvolvimento, onde apesar das inúmeras campanhas de alfabetização boa parte da população sabe apenas assinar o próprio nome. Portanto, "elitizar" a informação, através do uso de termos incompreensíveis para a grande maioria da população seria como um grande retrocesso.
Se realmente vivemos em um país repletos de "Homer Simpson", então que permitamos a eles que se "informem", que absorvam através de sua linguagem simplificada o que está sendo despejado em seus colos pela cultura de massas que domina tudo, desde a diversão até a informação.
Aceitar e se conformar com essa condição talvez não seja o melhor caminho, mas acredito que subestimar a capacidade cognitiva não é uma alternativa. Quem sabe uma conscientização, aliada a um maior investimento em leitura ajudem a despertar um espírito mais crítico? Assim quem sabe nós jornalistas sejamos os primeiros a abandonar a mediocridade....
Tô com mó preguiça de escrever, depoois desse texto mó engajado, fritou o tico e teco...hahahahaha
brincadeirinhaaaaaaaaaaaa
Muito bom Rô, defendendo nossa laia e mostrando q nós temos vergonha na cara. Falta aos governantes e educadores do país -e do mundo, tomarem a mesma posição.
Bjão
Como já te disse, se a gente sempre usar linguagens a lá Guimarães Rosa, leitor de jornal pára de ler. Começa a ouvir as notícias pela televisão apenas.
Na boa... acho que esse "metidismo acadêmico" que alguns têm afeta demais a cabecinha viajada de muitos...