viernes, 17 de agosto de 2007
Minha relação com a religião sempre foi um tanto engraçada. Se quando criança freqüentava a missa religiosamente todos os domingos, ao atingir uma certa idade resolvi me abster desta prática. A idéia de ir à missa mais por obrigação do que por vontade não me atraia. Sempre pensei que freqüentar a igreja deve ser motivo de alegria, não de enfado.
Durante um curto período me revoltei com o que considerei "hipocrisia religiosa" de certas pessoas que, de joelhos, pediam perdão a Deus por pecados que cometeriam assim que cruzassem a porta da igreja. Para essas pessoas era como se a ida à igreja aos domingos fosse garantia da entrada no Reino dos Céus.
Por outro curto período também questionei se o Catolicismo era a religião que gostaria de professar por toda minha vida. Se era sob os valores católicos que gostaria de criar meus filhos. Foi nesse período, a adolescência, que busquei novas crenças por meio da convivência com novos amigos, mas sem jamais me afastar da minha própria crença.
Também nunca me considerei uma "católica fervorosa", do tipo que repudia toda e qualquer declaração que fosse contra os príncipios do catolicismo. Nunca fui de criar polêmica, pois sempre acreditei que cada um tem o direito de dizer o que pensa, seja lá do que for. Até agora...
A cada dia que passa me surpreendo mais com minhas reações diante da leitura de um simples livro, uma obra de ficção que busca 'recriar' a origem e a vida de Cristo. A cada linha que leio mais me revolto. E me descubro cada vez mais conservadora.
É como se o conteúdo deste livro tivesse despertado em mim uma religiosidade nova, uma fé na doutrina católica que eu nunca julguei possuir. Isto me faz concluir que o que faz de uma obra polêmica não é o marketing aplicado sobre ela, mas o efeito que ela tem sobre nossas crenças. Pois se antes me achava uma "católica por comodismo" hoje me vejo como uma "católica por orgulho". E tudo isso graças à um livro.
Etiquetas: Fantasiando
Já abandonei religiões há muito e não tenho a menor intenção de voltar a alguma. Há sim, coisinhas que me interessam em muitas. Em seus princípios e em suas essências; e não no marketing voraz.
A Cibele é que vai me matar se ler isso.