dois lados da moeda

Hoje, ao voltar para casa após um "tour" pela 25 de março vi um cometa enquanto esperava meu ônibus. O ponto de ônibus estava cheio, todos lá olhavam na mesma direção que eu, mas apesar disso ninguém percebeu o fenômeno.

Apenas eu. E uma amiga que estava ao meu lado, e que se deu conta apenas depois de perceber a minha empolgação. E os poucos que devem ter notado ficaram sem entender o porque de tanta empolgação com um "risquinho alaranjado" cortando o céu rosado do entardecer.

Essa constatação me entristece. Me entristece porque percebo que os teóricos que conheci superficialmente no decorrer do semestre tinham razão. Ninguém vê o mundo ao seu redor.

As pessoas olham as coisas, mas não as compreendem, não as admiram. Estão tão saturadas que são incapazes de admirar as coisas simples da vida, como a beleza do pôr-do-sol em uma tarde clara como a de hoje. E muito menos percebem a passagem de um cometa pelo céu poluído de uma São Paulo em plena inversão térmica.

Certos detalhes da natureza só são notados quando retratados em rede nacional. Como o que acontece quando a passagem de um cometa é divulgada no Jornal Nacional. Acho que o de hoje era um cometinha sem assessoria de imprensa....

Falta do que fazer? Talvez. Mas com certeza seríamos mais felizes se aprendessemos a observar mais atentamente o que existe a nossa volta.