miércoles, 28 de marzo de 2007
Confesso que, após várias críticas lidas e nenhum conhecimento a respeito da obra de Woody Allen, senti um receio enorme em encarar uma sessão de "Scoop" e me decepcionar no decorrer do filme.
Opiniões negativas sobre a direção e atuação não só do diretor como também do casal de protagonistas me desmotivava ainda mais. Mas Hugh Jackman estava no elenco, o que para mim é um fator de extrema motivação. Portanto decidi "pagar prá ver" e assumir o risco. Duas semanas se passaram após a estréia, até que eu conseguisse assisti-lo, o que finalmente aconteceu hoje.
Scoop retrata as desventuras de uma estudante de jornalismo atrás de seu primeiro grande furo de reportagem. O furo em questão se baseia na informação passada por um famoso jornalista recém-falecido que o filho de um lorde inglês é um serial killer, conhecido como "o assassino do tarô", que ataca prostitutas de cabelo curto e castanho, as asfixia e deixa próximo ao corpo uma carta de tarô.
Após a primeira cena, em que a protagonista, uma jovem loira, bonita e "um pouco burra" (um clichê hollywoodiano) não apenas toma uns "drinks" com o entrevistado, como também passa a noite com ele, fiquei literalmente de "cabelos em pé" e com a sensação de que esse seria mais um filme onde os jornalistas são "seres sem alma" e capazes de qualquer coisa para conseguirem algumas informações.
O personagem de Woody Allen aparece alguns minutos depois, e proporciona boas doses de diversão durante o filme todo, não apenas com suas tiradas cômicas, como quando se apresenta como magnata do petróleo em uma festa promovida na mansão dos Lyman, a família do "suspeito", mas também com seus trejeitos e até uma certa gagueira, que fica evidente quando este fica nervoso.
Já o personagem de Hugh Jackman (de longe, o mais aguardado por mim...rs) é o "sonho de consumo" de toda mulher: rico, bonito e romântico. Mas esse romantismo todo esconde uma relativa frieza, que é demonstrada no final do filme.
Contrariando meus temores, descobri que Scoop é um divertido e leve. O clichê da "loira burra" é destruído ao longo do filme, assim como a "indole de bom moço" de Peter Lyman (Hugh Jackman), posta em cheque depois de fatos obscuros de sua vida virem à tona.
Apesar de não conter críticas profundas ou debates intensos sobre temas recorrentes mostra, de forma cômica, o que um jornalista pode fazer e em que confusões ele pode se meter quando o assunto é o grande furo de sua vida.
Sei que uma obra é muito pouco, ou quase nada, para que eu possa avaliar o desempenho de um diretor. Mas a impressão que tive deste filme de Wooody Allen foi a melhor possível. Saí do cinema leve e feliz. Satisfeita por ter esquecido, por cerca de uma hora e meia, todas as minhas atividades acadêmicas.
Etiquetas: Fantasiando
E, vendo essa personagem do Hugh Jackman e vendo a minha matéria sobre violência contra a mulher, vejo como há coisas que se encaixam. O homem que agride é quase protegido pela sociedade, que se deixa levar pela boa aparência, carinhos que o homem faz nos filhos na frente das outras pessoas... e sempre acham que, se a mulher tá apanhando, a culpa é dela, quando não é verdade isso. E melhor eu parar por aqui, senão faço um post sobre violência contra a mulher... de tanto que li sobre o assunto. =D
Beijão!