miércoles, 21 de marzo de 2007
O que é cultura? Nestes cinco semestres da faculdade muito já me foi apresentado com o intuito de tentar responder a essa pergunta. Eu digo tentar porque, prá mim, o que pode ser considerado cultura é uma interpretação muito pessoal. Assim como temos cor de peles diferentes, sotaques diferentes, gostamos de ver e ler coisas diferentes.
Essa liberdade é maravilhosa, mas em algumas situações se torna preocupante, pois o modelo de televisão brasileiro não permite uma reflexão maior do telespectador sobre os programas apresentados.
Um bom exemplo disso são os programas de "jornalismo", como o Jornal da Massa, apresentado pelo Ratinho. Um espectador distraído, ou cansado, pode achar que as curiosidades apresentadas ao longo do programa representam uma informação relevante, digna de alguma reflexão.
Isso é uma constatação preocupante. Não que determinadas curiosidades não tenham lá sua importância (algumas são até extremamente úteis, principalmente para crianças em idade escolar), mas qual a importãncia, para um universitário que não curse ciências biológicas, saber que determinada aranha produz uma teia com X metros capaz de levantar um avião? Que tipo de reflexão tal informação propicia?
Na minha humilde conceituação de cultura, consideraria isso como uma informação passada e que não será absorvida. Seria algo como uma leitura rápida da revista Caras. Algo para distrair, jamais informar.
Até porque meu objetivo com esse post não é, jamais, parecer "pedante", menosprezando programas de apelo mais popular. Pelo contrário. Como todo ser humano normal, também gosto de assistir algo que me distraia e me faça esquecer dos problemas e contradições da sociedade a qual faço parte.
Mas encarar esse tipo de atração como um fator de formação cultural é o que os torna, de certa forma, perigosos. Pois, como diz Robert Angier (personagem de Hugh Jackman no filme "O grande truque") "O mundo é sólido. Fazer a platéia pensar, nem que seja por alguns segundos, é atingir algo especial". E isso, infelizmente, esses programas não conseguem fazer
Etiquetas: Fantasiando
Sobre o exemplo das ciências biológicas... olha, acho que isso tem que ser visto por outro ângulo. Acho que, mesmo que não estudemos biológicas, o exemplo de um animal pode nos fazer pensar em como a nossa sociedade está estruturada e como ela é parecida com a natureza. E isso pode fazer a diferença entre um bom texto e um texto medíocre (de mediano, não o uso comum da palavra).
Claro, essa informação não é essencial, mas dá um charme ao texto. ;D
E bem... antes "cultura inútil" do que BBBs e afins...
Beijos!